Sistema Cultural e Socioambiental da Erva-mate Tradicional
Portaria: 44/2023 de 14.06.2023
Número do Processo: 20/1100-0000368-1
Número de Inscrição do Livro de Registro: 01 - Livro de Registro de Saberes
Data de Inscrição no Livro de Registro: 13/06/2023
Data de Publicação em DO: 14/06/2023
Descrição:
O Sistema Cultural e Socioambiental da Erva-mate Tradicional, compreendido como configuração presentista de
cosmovisões, tradições, agenciamentos e relações ambientais, espirituais, territoriais e socioculturais 1) dos povos indígenas
originários Guarani e Kaingang, desde o final da década inicial do séc. XVII; 2) de comunidades quilombolas conformadas no
decorrer dos sécs. XIX e XX; e 3) de grupos de agricultores familiares, os quais igualmente consolidaram relações de ordem
socioambiental entre o final do sec. XIX e no decorrer do séc. XX.
Importante pontuar que o processo de patrimonialização em curso recai sobre as práticas culturais e de manejo socioambiental de
detentores e produtores relacionadas com a erva-mate tradicional de base artesanal, diferenciando-se, assim, da modalidade de
erva-mate processada industrialmente pelas ervateiras ligadas aos sistemas empresariais agrícolas do setor rural sul-rio-
grandense.
O saber conexo ao processo de fabricação de erva-mate tradicional constitui atividade milenar e secular originada nas práticas
ancestrais dos povos indígenas Guarani e Kaingang, ocupantes das macros bacias hidrográficas dos rios Paraguai, Paraná e
Uruguai. Essas práticas, saberes fazeres e conhecimentos associados à erva-mate tradicional (r)existem ao longo do tempo com
incidência espacial local, regional, nacional e continental no sul da América do Sul. Tais práticas apontam à permanência de
sistema cultural e socioambiental da Erva-mate Tradicional, o qual persiste nos dias de hoje, em que pese a atual predominância
dos sistemas agrícolas empresariais em que sobressai o monocultivo.
Esta descrição corresponde à síntese do conteúdo do processo administrativo PROA nº 21/1100-0000368-1, no qual se encontra
reunido o mais completo conhecimento sobre este bem cultural, contido em documentos textuais, bibliográficos e imagéticos. O
presente Registro está de acordo com o Parecer Técnico do IPHAE nº 001/2022 e a decisão proferida pela Câmara Temática do
Patrimônio Cultural Imaterial por meio do Parecer sobre a Proposta de Registro de Patrimônio Imaterial do Sistema Cultural e
Socioambiental da Erva-mate Tradicional.
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Modo de Fazer Artesanato com Palha de Butiá na região de Torres
Portaria: 72/2023 de 18.08.2023
Número do Processo: 20/1100-0000506-4
Número de Inscrição do Livro de Registro: 02 - Livro de Registro de Saberes
Data de Inscrição no Livro de Registro: 17/08/2023
Data de Publicação em DO: 18/08/2023
Descrição:
Modo de Fazer Artesanato com Palha de Butiá, tendo como referência a região de Torres, no Rio Grande do Sul, foi identificado como um bem cultural imaterial da comunidade rural que vive historicamente associada aos butiazais. Trata-se de uma prática que ocorre, no mínimo, desde a segunda metade do século XIX, reconhecidamente transmitida há seis gerações, que ainda é praticada de forma contínua ou descontínua por cerca de 30 famílias das localidades de Campo Bonito, Águas Claras, São Brás, Faxinal, Itapeva e Vila São João. Sua essência como bem cultural está nos conhecimentos da natureza, nas relações sociais, na identificação coletiva, na autonomia das mulheres e no domínio das técnicas que permitem colher de forma sustentável as folhas da palmeira, tratar suas fibras, confeccionar tranças, costurar e comercializar diferentes produtos.
A trança é o elemento básico para a confecção dos produtos feitos com a palha do butiá, ocupando posição importante na construção comunitária de significados simbólicos, culturais, econômicos e sociais. A partir da trança podem ser feitos chapéus, bolsas, tapetes, entre outros produtos.
Esta descrição corresponde à síntese do conteúdo do processo administrativo PROA nº 20/1100-0000506-4, no qual se encontra reunido o mais completo conhecimento sobre este bem cultural, contido em documentos textuais, bibliográficos e imagéticos. O presente Registro está de acordo com o Parecer Técnico do IPHAE nº 002/2022 e a decisão proferida pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial por meio do Parecer para a Proposta de Registro Modo de Fazer Artesanato com Palha de Butiá na Região de Torres, RS.
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Modo de Fazer Queijo Artesanal Serrano
Portaria: 116/2024 de 31.10.2024
Número do Processo: 20/1100- 0000366-5
Número de Inscrição do Livro de Registro: 03 - Livro de Registro de Saberes
Data de Inscrição no Livro de Registro: 30/10/2024
Data de Publicação em DO: 31/10/2024
Descrição:
: A produção do queijo artesanal serrano teve início há mais de dois séculos, junto com o estabelecimento das primeiras
fazendas na região dos Campos de Cima da Serra. A produção do queijo serrano surgiu concomitantemente com a atividade
pecuária de corte extensiva na região, empreendida por colonos portugueses.
Apesar das transformações tecnológicas do bem cultural, a rede de significados que o envolve permanece vinculada aos tropeiros e
produtores de outrora, pois os produtores atuais se apropriam culturalmente do modo de fazer de maneira a remeter suas técnicas
produtivas e comerciais, assim como o cerne de suas identidades, a essas figuras históricas. O simbolismo associadoao Modo de
Fazer Queijo Artesanal Serrano se enraíza na mítica missioneira – tomando o vocábulo “mítico” não como uma mera estória
tradicional, porém como uma narrativa estruturante das dinâmicas histórica, social e cultural d o Rio Grande d o Sul. Afinal, a
linhagem do gado atual é associada às reses vacunas da Vacaria dos Pinhais, criada pelos jesuítas no segundo ciclo de ocupação
missioneira do território do atual estado gaúcho.
Além de estar no âmago sociocultural dos Campos de Cima da Serra, o queijoartesanal serrano é um produto de grande
importância econômica e ambiental para a região. Econômica, pois, em muitos casos, a produção é a principal renda de pecuaristas
familiares, que dependem dessa atividade para a manutenção de suas famílias. Ambiental, porque as peculiaridades de sabor e
textura do queijo serrano se devem à técnica de produção artesanal aplicada sobre matérias-primas locais (gado d e corte e
pastagem) adaptadas ao clima dos Campos de Cima da Serra, logo, a produção se vincula à preservação da paisagem e seus
recursos como forma de manutenção das especificidades do queijo atreladas aos seus insumos.
Esta descrição corresponde à síntese do conteúdo do processo administrativo PROA nº 20/1100- 0000366-5, no qual se encontra
reunido o mais completo conhecimento sobre este bem cultural, contido em documentos textuais, bibliográficos e imagéticos. O
presente Registro está de acordo com o Parecer Técnico do IPHAE nº 007/2024 e a decisão proferida na 11ª Sessão da Câmara
Temática do Patrimônio Cultural Imaterial, realizada em 06 de setembro de 2024.
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