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A edificação possui tipologia de arquitetura civil residencial, com linguagem eclética. Foi construída no alinhamento predial, com dois recuos laterais; possui um pavimento e porão alto, cobertura em quatro águas com telha de barro tipo canal, platibanda vazada e rendilhada com frontão e data (1891), estrutura de alvenaria portante.

Na fachada com ornamentos, há cimalha lisa, pilastras com base lisa e capitel ornamentado; esquadrias com molduras trabalhadas em argamassa; ornatos em massa no frontão, sobre as vergas das esquadrias e sobre as gateiras; há portas-janela de madeira com postigos e sacadas com gradis de ferro. No interior, forro de madeira tipo saia-e-camisa, com destaque para as paredes de escaiola e os pisos revestidos com ladrilho hidráulico.

O imóvel foi construído em 1891, de acordo com inscrição em relevo na fachada frontal. Em 1897, foi vendida ao escritor regionalista João Simões Lopes Neto a casa situada na rua 7 de abril, nº 52 (hoje Rua Dom Pedro II, 810), “com cinco aberturas na frente sul, inclusive um portão”, e testada de 11,90 metros. Em 1898 Simões Neto adquiriu um estreito terreno lateral, com 4,40 m de frente, que foi incorporado à propriedade como jardim lateral. O escritor ali residiu durante dez anos, e em 1907 vendeu a casa e o terreno, que passaram por diversos proprietários. Na década de 1990 uma ação do Ministério Público impediu a demolição da casa. No ano 2000 o imóvel foi vendido ao Instituto João Simões Lopes Neto, empenhado na preservação do bem, que o restaurou e nele instalou sua sede.

João Simões Lopes Neto – 1865/1916 – nasceu e viveu em Pelotas. Tornou-se um ícone da literatura regionalista rio-grandense, tendo suas obras publicadas e amplamente divulgadas após sua morte. Membro de uma abastada família de charqueadores, morreu na pobreza, devido a empreendimentos mal sucedidos.

Fonte: arquivos IPHAE.