A Hidráulica Municipal de Bagé foi inaugurada em 26 de junho de 1913, após demorada tramitação. O primeiro pedido de concessão para uma empresa de abastecimento havia sido feito ainda no final do Império, em 1887. A Hidráulica e seus jardins formam um conjunto com grande apelo paisagístico, sendo um marco no contexto urbano da cidade de Bagé. Trata-se de um parque composto pelo reservatório semi-enterrado, em pedra regular que compõe juntamente com o prédio do comando de registros uma única unidade. Ao seu lado, o prédio da antiga sala de operações, de arquitetura eclética utilitária de inicio do séc.xx, que apresenta refinamentos compositivos e decorativos, numa composição simétrica de proporções agradáveis à escala humana. Esta edificação possui ainda em excelente estado de conservação os tanques, tubulações e filtros, equipamentos utilizados na época, sendo também sede do laboratório. Emoldurando estas edificações aparece o jardim, que, como descreve Carlos Delfim, arquiteto paisagista do IPHAN, em parecer anexo a este processo, integra-se à edificação para a qual deve ter sido projetado, valorizando-a, e distribuindo a circulação pelo terreno de forma clara e racional. Este conjunto forma uma unidade paisagística integra, de boa qualidade, sem ter sofrido maiores descaracterizações ao longo dos anos. Historicamente o local foi ponto de passeio para a população da cidade. Este conjunto está ligado à herança de um passado do qual se torna testemunho material e deve ser transmitido às gerações futuras.
Por essas razões, o processo de tombamento em nível estadual é um reconhecimento do IPHAE pelo valor do conjunto na sua instância paisagística, evitando o desaparecimento deste marco significativo no contexto urbano da importante cidade de Bagé.
Fontes:
Processo de tombamento
Fagundes, Elizabeth Macedo de. Inventário Cultural de Bagé: Um Passeio pela História – Porto Alegre: Evangraf, 2005
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