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O prédio do Instituto de Educação General Flores da Cunha foi projetado por Fernando Corona, escultor e arquiteto autodidata espanhol radicado em Porto Alegre. Foi concluído em 1935 e está localizado junto ao Parque Farroupilha e ao campus central da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo se tornado um marco referencial urbano.
Em 5 de abril de 1869 foi criada pelo governo imperial e pelo Presidente da Província a primeira Escola Normal da Província de Rio Grande de São Pedro (RS). Inicialmente a instituição estava situada em um sobrado na esquina das ruas da Ponte (atual Rua Riachuelo) e da Ladeira (atual Rua General Câmara), na localização atual da Biblioteca Pública do Estado. Atendendo nos turnos da manhã e da tarde – alunos de ambos os gêneros – a Escola Normal ocupou duas peças no andar superior do sobrado e tinha como objetivo principal a formação de professores para o ensino primário. Somente em 1872 a Escola foi transferida para o primeiro prédio público criado com finalidade escolar, situado na esquina da Rua da Igreja (Rua Duque de Caxias) com a Rua da Bragança (Rua Marechal Floriano), permanecendo nesse endereço por sessenta e seis anos.
Em 1934, o interventor do Estado, general Flores da Cunha, convidou a empresa do Eng. Fernando Moura, Azevedo Moura & Gertum, para a construção da atual sede da escola. Fernando Corona foi o principal responsável pelo projeto e execução do Instituto, tendo acompanhado pessoalmente o andamento das obras. A construção do prédio foi concluída em tempo recorde de apenas um ano, e em 1935 abrigou o pavilhão cultural da Exposição Comemorativa do Centenário Farroupilha. Com capacidade para até dois mil alunos, sua configuração previa três atividades, o curso normal, curso de aplicação e jardim de infância, sendo uma das primeiras escolas do país a possuir curso dedicado às crianças. Até mesmo sua localização foi objeto de preocupação de Corona, que escolheu um terreno junto ao Campo da Redenção, depois denominado Parque Farroupilha, por localizar-se em uma avenida de larga extensão e fácil acesso. A escola foi transferida para o atual prédio, na Av. Osvaldo Aranha nº 527, em 18 de março de 1937 e em 1939 teve o seu nome alterado para Instituto de Educação.
Durante toda a existência da Instituição, ela se adaptou às reformas educacionais feitas pelos governos estadual e federal, tendo tanto seu nome como a configuração interna alterada. A última alteração em seu nome foi feita em 19 de dezembro de 2006, pela Portaria nº 275, para Centro Estadual de Formação de Professores General Flores da Cunha.
O conjunto arquitetônico do Instituto é composto por três edificações: o prédio principal, de dois pavimentos, cuja fachada longitudinal apresenta pórtico de acesso com colunas jônicas de nove metros de altura, inspiradas no templo grego de Ártemis, segundo Corona. Internamente existe um grande hall de entrada, salas de aula e um anfiteatro. O prédio do ginásio, dedicado às práticas esportivas, possui planta retangular e as mesmas características formais do prédio principal. O prédio do jardim de infância localiza-se posteriormente ao prédio principal, com acesso elevado marcado por colunas jônicas, interligando-se a este através de um pergolado. Mantém os elementos formais utilizados no prédio principal, adaptados para suas dimensões mais reduzidas.
O conjunto é representativo da arquitetura institucional do estado, tendo sido projetado a partir de padrões da arquitetura clássica grega, de maneira simplificada, conforme Corona.
Áreas:
Prédio principal / Pavilhão Central: 3.310 m²
Ginásio / Pavilhão de esportes: 753 m²
Jardim de infância: 500 m²
Pérgula: 74 m²
Em 1997 o Parque Farroupilha foi tombado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, incluindo o Instituto de Educação e, quase dez anos depois, a Escola foi reconhecida como patrimônio estadual e teve seu tombamento publicado no Diário Oficial. Mesmo com pequenas obras de reparo e manutenção ao longo dos anos, as instalações estavam em péssimo estado. Em 2013 a empresa 3C Arquitetura e Urbanismo venceu a licitação para realizar o projeto de restauração da edificação, que foi apresentado à comunidade em 2014. Em 2015, por meio de processo licitatório, foi contratada a execução das obras de restauro no Instituto, sendo os alunos transferidos para outras escolas com espaços disponíveis, mas houve rescisão de contrato em 2017. O Estado realizou nova licitação em 2018 e retomou as obras de restauro no mesmo ano.
Fontes:
Processo de Tombamento estadual – IPHAE/SEDAC
Processo de Tombamento Parque Farroupilha – EPAHC
Pesquisa Histórica – Empresa 3C Arquitetura e Urbanismo
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