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O Palacete é um projeto residencial do engenheiro Armando Boni, nascido a 10 de julho de 1886, em Castelfranco, na região da Emilia Romagna, que decidiu morar em Porto Alegre em 1910, onde entre outros trabalhos, lecionou a inovadora disciplina de “Concreto Armado” na Escola de Engenharia de Porto Alegre, introduzindo esta tecnologia para as suas primeiras obras na Fiat Lux e Livraria do Globo.

O terreno onde foi implantado o Palacete foi adquirido nos anos 1919 por Santo Meneghetti, localizado na esquina formada pelas Avenida Cristóvão Colombo e Rua Santo Antônio. Em 1954, passou a fazer parte dos próprios públicos do governo estadual, para ser utilizado como sede do Departamento de Serviços Públicos.

O prédio situa-se em terreno de esquina de aproximadamente 500 m², com subsolo, dois pavimentos e terraço, e área total de 2.134 m². Construído em alvenaria no alinhamento do passeio público, apresenta porão alto com janelas gradeadas, dois pavimentos, um terraço e ainda um subsolo. Apresenta volumetria e frontaria basicamente neoclássicas e elementos mistos, que lhe conferem aparência eclética. O prédio é rico em ornamentos, frisos, vitrais e pinturas.

Durante alguns anos foi utilizado pelo Conselho de Cultura e mais tarde pela então Secretaria de Planejamento, sendo designado apenas em 1971 para ser utilizado como gabinete do vice-governador do Estado do Rio Grande do Sul, passando a ser utilizado exclusivamente pelos vice-governadores. O primeiro a utilizar o palacete em 1971, foi o Dr. Edmar Fetter e o último, o Dr. Antônio Carlos Hohlfeldt. Após esse tempo de uso servindo aos vice-governadores, sua ocupação passou para outras instituições, permanecendo um período fechado, até que é destinado para uso da Escola da FOSPA - Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Dada sua importância e relevância, o Gabinete do Vice-Governador do Estado, através do Ofício 091/95 – GVG, de 05 de abril de 1995 e assinado pelo Chefe de Gabinete Sr. Martin Saraiva Barboza, solicita ao então Secretário de Cultura, Dr. Carlos Jorge Appel o tombamento do prédio.

O prédio foi, então, tombado, tendo recebido parecer positivo elaborado pelos técnicos do Iphae que destaca o valor arquitetônico do prédio.

Segundo o Parecer, a edificação é "um exemplar significativo da Arquitetura Eclética, onde a presença de elementos de simetria e estrutura neoclássica, fazem com que as fachadas se destaquem na paisagem urbana. Seu interior, onde prevalece um enorme saguão com espaço nobre, escadaria com estatuária e piso de mármore, vitrais repletos de brasões heráldicos, pinturas e elementos decorativos que lhe conferem extrema originalidade. O piso do saguão e circulação do segundo pavimento é em ladrilho hidráulico, possivelmente da época da construção e as esquadrias em madeira também apresentam desenho original. A sala de reuniões apresenta lareira com pilastras e friso ornamental. Nas paredes e teto, decoração com predomínio de figuras geométricas. Na circulação principal do primeiro pavimento, o teto apresenta pinturas e elementos em estilo Art-Deco que o valorizam."

O parecer técnico considera ainda os valores ambiental, histórico e de referencial urbano do prédio, considerando sua tipologia, volumetria total e implantação, que serve para definir a conformação da esquina.

Fonte: Processo de Tombamento Sedac/Iphae.