LINK PARA O PROCESSO DE TOMBAMENTO ESTADUAL
A Ponte Imperial sobre o rio Piratini foi construída entre 1868 e 1870, no lugar conhecido como Passo do Acampamento. A localidade era utilizada para o transporte de tropas de gado, veículos e carretas, portanto acredita-se que a obra da ponte tenha tido a finalidade de facilitar esse transporte. O projeto concretizado no local era de responsabilidade do notório empreiteiro Hygino Corrêa Durão, responsável por outras obras de relevo no Estado como, por exemplo, a implantação das Companhias Hidráulicas Pelotense (concluída em 1878) e Rio-Grandense (fundada em 1879).
Após uma série de modificações na construção original, que acabaram por atrasar a conclusão da obra, foi em 21 de outubro de 1870 que Hygino Durão finalmente declarou a ponte como pronta ao Governo. A efetivação dessa obra representou o fim de uma sequência de propostas de estruturas para a travessia do Piratini durante o Segundo Reinado (1840 – 1889). Consta na documentação, inclusive, menções à proposta de uma ponte suspensa, atribuída por funcionários da província a Irineu Evangelista de Souza, o futuro Visconde de Mauá.
O processo de tombamento da ponte iniciou em fins de abril de 1983, por iniciativa da prefeitura de Piratini. Desde a década de 1970, a estrutura sofria danos propositais, cujas causas não foram totalmente esclarecidas. Depois que a ponte foi avariada, ocorreram tentativas para que Piratini doasse o material da construção para outros municípios, o que resultou na defesa da integridade do que restava da estrutura.
A Prefeitura de Piratini voltou-se para a Subsecretaria de Cultura do Estado por meio de ofício solicitando estudo para viabilização do tombamento da ponte, bem como de sua preservação. A argumentação utilizada para o tombamento da ponte remontava à justificativa de que os cidadãos piratinenses a consideravam um monumento histórico do município, sendo sua construção a mais importante reivindicação da cidade junto à presidência da província desde tempos anteriores à Guerra dos Farrapos. Além disso, a comunidade piratinense a apontava como um monumento da capacidade artística e de trabalho de seus antepassados. Em 1º de agosto de 1984, por meio da Portaria 09/84, a ponte foi tombada como patrimônio estadual. No dia 16 do mesmo mês, o tombamento foi publicado no Diário Oficial do Estado.
A Ponte do Império permaneceu funcional até princípios da década de 1970, quando uma nova ponte de concreto foi inaugurada na BR-293, a 60 metros da estrutura original. Atualmente, a estrutura está danificada, pois partes foram furtadas ou estão em ruínas. A estrutura da ponte do Império consiste em pilares de pedra regular aparente, de planta elíptica, e o vão livre é formado por estrutura pré-fabricada com perfis metálicos. Atualmente, o piso da ponte é asfaltado. Os guarda-corpos do vão central são vazados, constituídos de peças de alvenaria, sendo metálicos na extremidade ainda existente. A cabeceira da ponte é de alvenaria de pedras, com guarda-corpo rebocado e fechado. Ainda existe uma placa de mármore com dados sobre a construção da ponte e data de inauguração. Analisando imagens antigas e atuais, verifica-se que após o desabamento parcial da ponte restam três dos cinco pilares originais.
Fontes:
Processo de Tombamento – IPHAE/SEDAC
Dossiê Ponte do Império – IPHAE/SEDAC
Obras Públicas – AHRS/SEDAC
SILVEIRA, Aline Montagna da. De fontes e aguadeiros à penas d’água: reflexões sobre o sistema de abastecimento de água e as transformações da arquitetura residencial do final do século XIX em Pelotas – RS. São Paulo: USP, 2009. 340 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. P. 150-152
TORRES, Luiz Henrique. A Hidráulica. Agora, o Jornal do Sul. Rio Grande, 27 abr. 2010. Memória e História. Disponível em: http://edicoesanteriores.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=46¬icia=80757
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