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Bem Tombado

SÍTIO FERROVIÁRIO DE CAXIAS DO SUL
   
Nome:
Predioprincipal
Predioprincipal
Inauguração da estação
Inauguração da estação
Portaria de entorno 11/05/SEDAC
Portaria de entorno 11/05/SEDAC
Portaria de tombamento 027/01/SEDAC
Portaria de tombamento 027/01/SEDAC
 
SÍTIO FERROVIÁRIO DE CAXIAS DO SUL
Endereço:
Dr. Augusto Pestana, 50
Cidade
CAXIAS DO SUL
Proprietário Atual:
RFFSA
Portaria:
27/01 -27.09.01
Número do Processo:
2208-11.00-SEDAC-96.
Número de inscriçao do Livro Tombo:
86 - Livro Tombo Histórico
Data de Publicação em D.O.
11/10/2001
Observações:
No sítio tombado constam as seguintes edificações:
  • Estação de Passageiros
  • Plataforma de Embarque
  • Prédio dos Sanitários
  • Prédio do Depósito de Cargas
  • Prédio do Depósito de Locomotivas
  • Caixa de Água
  • Casa do Administrador

Espaços: Terreno da Estação Férrea e Largo da Estação

A Estação Ferroviária de Caxias do Sul é um elemento material, implantado na paisagem urbana daquele município, que evoca o "tempo dos trens", período muito próximo de nossa história e ainda  bem presente na memória de algumas gerações. Sua existência está vinculada a um amplo contexto que envolve, fundamentalmente, processos de evolução tecnológica e de desenvolvimento econômico.

Em 1854 inaugurava-se a primeira estrada de ferro do Império, localizada no Rio de Janeiro e empreendida por Irineu Evangelista de Souza - o Barão de Mauá. Não tardou para que as ferrovias começassem a penetrar nas demais províncias. O Decreto Imperial 2397, de 10/09/1873 estabelecia que fosse construída uma estrada de ferro na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, ligando a capital com as fronteiras, de modo a contemplar interesses comerciais e estratégicos.  Davam-se os primeiros passos  para dotar o Rio Grande do Sul de um sistema de transportes que respondesse a necessidades comerciais, protegesse as fronteiras e conectasse o sul com o restante do país. A rede de estradas de ferro foi, de fato, implantada com base em quatro linhas principais que além da ligação já citada, entre a capital Porto Alegre e a fronteira oeste, faziam a comunicação com o porto de Rio Grande, na região sul do Estado; com São Paulo, rumo ao norte; e com as regiões coloniais alemãs e italianas.

A iniciativa de estender as ferrovias para a região colonial italiana acontece em 1898, quando o governo do Estado mandou abrir concorrência para o prolongamento da Estrada de Ferro Porto Alegre - Novo Hamburgo. Tal decisão tinha como objetivo, além de aumentar o tráfego e a renda daquela linha, dotar a região colonial de Caxias do Sul com uma via de transporte mais adequada ao seu crescente desenvolvimento. No ano anterior, o presidente do Estado, Júlio de Castilhos, em visita a Caxias, apelidara-a de “Pérola das Colônias” em reconhecimento ao seu florescimento, prometendo à comunidade local,  a construção de uma estrada de ferro.

Criada para receber imigrantes italianos, desde cedo a Colônia Caxias aspirou por boas estradas para garantir não só a comunicação com outras localidades mas também a comunicação interna, ligando a sede às linhas, léguas e travessões. Inicialmente foi aberta a estrada Visconde do Rio Branco, partindo dos entroncamentos das atuais avenidas Júlio de Castilhos com Marechal Floriano e findando em São Sebastião do Caí. Na década de 1880, a colônia de Caxias foi transformada em 5º distrito daquele município, permanecendo como tal até 1890, ano em que foi transformado em município com a denominação oficial de Vila de Santa Tereza de Caxias. Mesmo com a emancipação Caxias permanecia, no que se refere ao comércio externo, na dependência econômica de São Sebastião do Caí, que, por sua posição estratégica, intermediava o intercâmbio da região com a capital. Contudo a região alcançava relativo êxito, verificando-se a presença de indústrias de pequeno porte. Em 1900 a população chegava a 24.997 habitantes, num quadro econômico que indicava a presença de 223 estabelecimentos industriais e 168 casas comerciais.

Os estudos iniciais para a concretização da promessa de Júlio de Castilhos previam que a estrada de ferro para Caxias partisse de Novo Hamburgo, o que posteriormente foi alterado, definindo-se a construção do ramal a partir de Montenegro. Em outubro de 1905 foi assinado em Santa Maria o contrato de empreitada entre a Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Brésil (empresa belga que na época era arrendatária da quase totalidade de ferrovias no Estado) e a Empresa Oppitz & Gomes, para a construção de parte desta nova estrada, destinada a conectar a nascente indústria da região às principais praças de comércio do Estado. Ao que tudo indica a empresa contratada, formada por apenas dois sócios: o engenheiro Fernando Oppitz (austríaco, naturalizado brasileiro) e o espanhol Constantino Gomes, foi criada especificamente para executar esta empreitada, tendo sido dissolvida em 1911, ou seja, um ano após a conclusão do trecho. Deduz-se que a Estação Ferroviária, cujas obras foram iniciadas em 1908, também tenha sido construída pela Oppitz & Gomes.

A construção da estrada de ferro Montenegro - Caxias do Sul foi uma iniciativa do governo estadual que, primeiro com Júlio de Castilhos e depois com Borges de Medeiros firmara-se no poder após a Revolução Federalista, governando, com base em preceitos positivistas, até a década de 1930. A doutrina positivista de Augusto Comte tinha no campo econômico uma linha progressista-conservadora, sendo francamente favorável ao desenvolvimento capitalista, mas com base na manutenção da ordem estabelecida e na extirpação dos conflitos. Adaptando essa lógica à sua forma de governar, o PRR (Partido Republicano Rio-grandense) adotou um modelo de diversificação econômica, procurando congregar várias atividades e segmentos sociais do Estado. Com o intuito de desenvolver e modernizar o Rio Grande do Sul, rompeu com a tradição de priorizar as atividades agropecuárias. Nesse sentido o governo adotou algumas medidas para incrementar a indústria e acelerar o desenvolvimento capitalista, entre as quais a melhoria dos meios de transportes. Este governo, interessado no desenvolvimento industrial do Estado, vislumbrou na região de Caxias do Sul  um futuro promissor, dotando a região com o que havia de mais eficaz em termos de transporte: uma estrada de ferro.

A chegada do trem e a inauguração da Estação Férrea de Caxias do Sul foi intensamente comemorada. No mesmo ano em que foi inaugurada a Estação Férrea, o município de Caxias foi elevado da categoria de Vila para Cidade. O conjunto ferroviário foi implantado bem próximo ao núcleo urbano, exatamente a meio caminho entre a área em urbanização e o espaço agrário, próximo portanto às fontes fornecedoras de matéria prima, principalmente a uva e a araucária. Esta zona da cidade, atual Bairro Rio Branco, foi se transformando e ganhando importância como uma área de produção, onde se instalaram principalmente importantes vinícolas.

No final da década de 1920, a estação de Caxias do Sul foi ampliada, alterando-se suas características arquitetônicas. Segundo fotos da inauguração, era semelhante à Estação de Santa Cruz, com frontão, beirais e pequenas janelas ladeadas por óculos. Os beirais foram substituídos por platibandas e as fachadas mudaram de configuração. Em 1935 foi elevada da categoria de 1ª classe para classe especial; em 1937 foi concluído projeto de aumento do armazém; em 1939 executou-se o calçamento do recinto da estação. Manteve as suas funções originais até a década de 70, quando, em virtude da decadência do transporte ferroviário no Brasil, acabou por encerrar suas atividades. As áreas externas e os prédios do sítio ferroviário, desocupados e abandonados, foram se deteriorando. 

O pedido de tombamento estadual foi feito por abaixo assinado da comunidade, e o tombamento efetivou-se em 2001. Comodatária do sítio, a prefeitura concluiu a primeira etapa das obras de revitalização em junho de 2007, quando foram contemplados o prédio principal (estação de passageiros) e o depósito de cargas. O prédio da estação atualmente sedia a Secretaria Municipal da Cultura.

Fonte: Processo de tombamento e arquivos/IPHAE


Portaria de entorno N° 11/05/SEDAC - versão em pdf: ver Download - Portarias de Entorno  http://www.iphae.rs.gov.br/modGerArquivos/ModGerArquivosDownloadOpen.php?OID=44700&NOME=caxias_do_sul_Port.11_05_sitio_ferroviario.pdf

Poligonal de entorno - Download - Portarias de entorno: http://www.iphae.rs.gov.br/modGerArquivos/ModGerArquivosDownloadOpen.php?OID=70501&NOME=caxias_do_sul_poligonal_entorno_Port_11_05_sitio_ferr.jpg 

 

 
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