A edificação conhecida como Forte Zeca Netto foi construída em linguagem eclética, pela mescla de elementos neoclássicos na fachada com diretrizes do colonial espanhol na forma de implantação (pátio interno) e no partido arquitetônico, com salas dispostas linearmente ao longo do extenso corredor longitudinal. Edificação sólida com grossas paredes externas, piso de assoalho com tábuas largas apoiadas em vigas de madeira a aproximadamente dois metros do solo, configurando porão. Sobre pilastras e paredes, presença de cornija encimada por platibandas com elementos geométricos em relevo.
A edificação serviu como residência familiar, sede de fazenda e local de resistência. Seu proprietário, José Antônio Netto, mais conhecido como Zeca Netto, assumiu uma posição de destaque no cenário histórico e político da época. Era sobrinho do General Netto, que proclamou a República Rio-grandense em 1836. Foi nomeado Intendente de Camaquã após a proclamação da República e participou de diversos movimentos revolucionários entre os anos de 1889 e 1936. Segundo parecer histórico incluído no processo de tombamento, a residência foi construída como uma fortificação, em área estratégica no alto de uma colina, com vistas à defesa de seus moradores, já que Zeca Netto temeria represálias após a sangrenta Revolução Federalista de 1893, na qual teve papel importante.
O prédio foi concluído em 1904. Foi adquirido pela prefeitura de Camaquã em 1983 para ser utilizado como centro cultural. Atualmente abriga a Secretaria de Cultura de Camaquã e o Museu Histórico, que contém um acervo com mais de 800 peças, além do Memorial Zeca Netto, a Biblioteca Pública Municipal e a Biblioteca Barbosa Lessa.
Fonte: Livro Tombo e arquivos IPHAE
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